Já são vinte segundos de reprodução do áudio e ele não ouviu nada, ao menos nada que fosse perceptível aos ouvidos humanos.
Por volta dos quarenta e cinco segundo sua angustia é brevemente aliviada, pode se ouvir algo, mas ele não é capaz de distinguir o som. É estranho, ele sabe que esta ouvindo algo, com certeza não esta em pleno silencio e é pouco provável que o que quer que seja que chega aos seus ouvidos, com certeza não tem outra origem a não ser os fones. Realmente algo difícil a ser explicado, o som parecia estar longe, não havia chiados, era como se ouvisse algo que nunca tivesse soado a ouvidos humanos, mas ao mesmo tempo trazia uma grande sensação de conforto e familiaridade.
Na outra manha Alessio acorda confuso e de certa forma decepcionado.
-Ahh... – resmungava ele levando a mão hã cabeça enquanto tentava se lembrar do resultado das tentativas da noite passada – bom... acho que não ocorreu os resultados esperados, não me lembro de sonhos e – neste momento ele aponta uma de suas mãos para o livro em sua cabeceira – aparentemente ainda não tenho telecinesia... em contra partida aquele barulho “zuado” parece não querer sair do meu ouvido.
Agora que está praticamente contatado a falha do Destrendix só lhe restava ter esperanças e pensar que pode se demorar algum tempo ate surgir efeito. De qualquer modo ainda tinha que segui sua rotina, afinal seu desprendimento social não era grande o suficiente para largar todos os protocolos sociais.
Após se arrumar Alessio pega seu rumo ao local em que trabalha, o decimo terceiro andar de um prédio que fica cerca de 800 metros de sua residência. Alessio andava com todo o desanimo, torcendo para que o prédio de seu serviço explodisse ou que ele fosse atropelado, qualquer coisa que pudesse ser uma boa desculpa para ficar em casa para continuar a testar seu misterioso mp3 player. Quando já estava a apenas 2 quadras de seu destino, os seu olhos brilham, ele encontra uma preciosidade no chão.
- Humph... 50 reais... talvez o Destrendix tenha me dado sorte hehehe, não se preocupem, farei bom proveito de vocês.
Chegando ao edifício cumprimenta o porteiro e segue em direção ao elevador; quando o porteiro que já havia lhe olhado com uma cara desconfiada lhe interrompe:
-Ham... pensei que tinham avisado todos do decimo terceiro andar, parece que alguma funcionaria faleceu noite passada, eles iram aproveitar a pausa para o luto pra fazer algumas reformas e limpeza na tubulação do andar.
-Tem ideia de quanto tempo ficara assim?
-O luto acabará em três dias, mas as reformas vão demorar um pouco, mas não mais de uma semana.
-Hum... obrigado por avisar.
Alessio realmente estava com sorte, pensava ele se era melhor voltar para casa, mas lembrou de seus novos 50 reais e decidiu dar uma visitada a um centro de comércios próximo dali, eles tinham o melhor pastel de frango que já se havia visto naquela pequena cidade.
Enquanto andava pelos corredores logo após deliciar-se com seu suculento pastel de frango as 8:40 da manha ele acaba se deparando com uma parte do centro comercial que nem ao menos lembrava que existia. Ele realmente se surpreendeu, aquelas lojas pareciam bem interessantes, e os tipos de pessoas que andavam por aquela parte pareciam diferentes, talvez tivessem mais coisas em comum com ele aparentemente.
Uma das lojas chamou mais a atenção de Alessio, era aparentemente uma livraria, estreita porem longa com uma escada rustica em espiral no final do hambiente. Ele entra e começa olhar pelas prateleiras e encontra vários títulos interessantes, a maioria ele nem conhecia, mas com certeza eram interessantes.
Chegando próximo a escada o barulho que ainda lhe incomodava ficará mais forte, mas nada que pudesse lhe atrapalhar a contemplar tantas variedades diferentes de livros, revistas, gibis e mangás.
Já ao lado das escadas Alessio ouve barulhos de passos em metal, e quando olha para a escada de forma a conferir os ruídos se depara com uma garota visivelmente agitada que descia as escadas com pressa. Meu deus, como era linda! Cabelos escuros compridos e levemente ondulados nas pontas, pele branca de aparência delicada e olhar de certo modo hipnotizante. Carregava um livro de capa vermelha, usava óculos e se vestia de maneira um pouco desleixada lembrando talvez algo grunge ou hipster.
Enquanto Alessio estava delirando em sua mente fértil por tal beleza de traços únicos, percebe que a garota avia parado em sua frente e lhe encarava. Alessio fica visivelmente constrangido ao ser pego nessa situação e tenta disfarçar voltando sua atenção rapidamente para o livro da prateleira próximo a ele.
Ele sentiu um movimento brusco com sua visão periférica: “impossível, como ela pode me bater sem eu ao menos ter dito nada, será que pensei alto?! Droga... sou realmente...” seus pensamentos foram interrompidos neste momento pela garota, e talvez as ações dela tenham superado qualquer expectativa de sua mente fértil. Ela segura a cabeça dele bruscamente girando-a para que possa olhar diretamente em seus olhos, e sem muito tempo para ele pensar o que poderia estar ocorrendo ela lhe beija e sai correndo em direção a saída deixando uma frase para trás: “Me... me desculpe por isso”.
Essas palavras ecoaram por sua mente enquanto tentava achar alguma explicação logica para o que havia acontecido ali. Depois de alguns minutos congelado refletindo sobre o incidente (se é que podemos chamar assim) ele desperta e percebe que o livro que a tal garota carregava estava no chão. Ele apanha o livro com o obvio intuito de encontrar a garota para devolver a ela, e talvez obter uma explicação, não que isso fosse extremamente essencial já que provavelmente ele não se incomodaria se ocorresse novamente.
Continua...
1 comentários:
Oloko, melhorou uns 200% essa história ae... Bom trabalho!
E avisa pro FDP do Alessio que eu perdi 50 pila essa semana.
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