quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Revoluçao dos contos de fada.

  Bem minha criança. Desculpe pelos maus modos. Nao estou acostumada a contar histórias e muito menos me apresentar. Deixarei a seu critério descobrir quem sou.
  Vi e vejo de tudo neste mundo. Mas acho absurdas essas historinhas infantis atuais. Voce acha mesmo que na vida real apenas pessoas boas acabam bem na história da vida? Errou. Pessoas más as vezes também se safam do tenebroso final triste. Assim como na vida real, os contos de fadas verdadeiros nao escondem em nada o famoso e triste destino.
  Sabe aquela historinha de uma garota chamada Branca de Neve? Entao... ela nao é salva por um beijo encantado. A bela adormecida? Também nao. Nenhuma dessas heroínas da literatura se deu bem de verdade. Desculpe mas é a verdade.
  Papai noel? Coelhinho da páscoa? Fada do dente? Voce ainda acredita nessas bobagens? É seu pai ou sua mae, idiota!
  Magia? Nao existe. É apenas a grandiosa imaginaçao dos autores. Se ligue. O mundo é feito de coisas reais. Tire está cara emburrada daí minha pequena ou pequeno, seu personagem preferido  morre no final. E só pra avisar no final desta nossa história todos morreremos.
   Agora sorria pequena criança, sua infancia foi uma merda. Acostume-se.  

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Término da ilusão

    Como crer que algo tenha valido a pena se quando se foi manchou o passado com uma sombra espessa? Como crer que não era a intenção machucar se antes de partir me fez prometer que não lhe abandonaria? Como crer que assim será melhor se agora já não tem luz no meu dia?

   Agora que minha alma se acostuma com a liberdade como um novo calvário, tenho medo de não se lembrar como respirar sozinho, mas é algo que terei de aprender, pois sei que mesmo que lhe queira mais o solo anseia pela chuva, seu retorno é já não dependem mais de nossas vontades, então só espero que se lembre de meu nome e ilumine outra escuridão com sua luz.

domingo, 20 de outubro de 2013

Mesmo Que o Mundo Acabe - Parte 2

“6ª série
Natiele - turma 6A vespertino
Eduardo – turma 6A vespertino
Biblioteca

Naty deslizava o dedo indicador pela lombada de vários livros de literatura estrangeira. Havia lido praticamente todos os exemplares de aventura, romance e ficção que a biblioteca dispunha no momento, e sempre ansiava por mais.
  Livros a fascinavam imensamente, pois os considerava como a materialização do conhecimento e de ideias. Algo abstrato e intangível que era solidificado em letras, palavras, parágrafos, páginas e capa; acessível então a qualquer ser humano que desejasse assimilar a informação que continha.
  Desinteressadamente, a garota lançou um olhar ligeiro para os colegas ao redor. Todos estavam empenhados na missão de escolher algum livro que pudessem utilizar na atividade das aulas de Português daquele bimestre. Os risos e as conversas agitadas estavam levando a pobre bibliotecária à loucura, que monitorava a algazarra com seus olhos enraivecidos por trás dos óculos de lentes retangulares.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Lugar hostil


 Um vento gélido bateu em minhas pernas e eu voltei a encolhe-lás . '' Eu juro que achei que tinha fechado a janela '' - pensava.Olhei por debaixo do cobertor. A cortina roxa balançava por causa do vento.Pensei em levantar e fechar a janela , mas estava quase dormindo, entao deixei pra lá.
 Foi a partir deste dia que tudo começou.Vozes.Vozes vindas de todos os lugares e a qualquer hora. Era ímpossível parar de escutar. Ai fiz uma coisa que nao deveria. Contei á meus pais. Eles chamaram um sacerdote e fizeram tudo o que se podia imaginar. Menos uma coisa > Me internar. E o pior é que o fizeram. Passei vários e vários anos naquele lugar, onde os sons ficavam ainda mais horrendos e altos. Ainda mais que se misturavam com gritos de dor dos pacientes.
 Os enfermeiros viviam enfiando agulhas , dando drogas e sedando as pessoas. E havia um dos enfermeiros que era o pior. Ele se chamava Mark Neil. Mas eu o chamava de Dono da Morte. O que nao era por acaso. Em todos os anos que estive lá ele havia matado mais de 14 pessoas. E ele era o que mais me apavorava. O Dono da Morte já havia me sedado bruscamente umas 39 vezes,me machucava muito,e me drogava quase todas as noites. Mas nao era apenas comigo esse comportamento hostil . Ele fazia isso com quase todos os pacientes da ala 49. E abusava muito das mulheres. Já ouvi muito o grito de pavor delas.
 Mas houve um dia em que isso mudou. Com um estilete escondido na mao esquerda eu o esperei. Ouvia seus passos lentos e aterrorizantes.
 Enquanto ele preparava minha droga diária, eu me preparei. E foi quando ele puxou meu braço, que enfiei o estilete em sua coxa direita. Ele gritava. Um grito magnífico. Eu havia o machucado e o mesmo estava sangrando e correndo atrás de mim. Mas nao foi mais rápido que eu. O tempo que tive foi o suficiente para tocar fogo no local. E para minha satisfaçao, ouvi Mark Neil gritar ao ser carbonizado lentamente. Eu pudi rir dele pela primeira e última vez.Uma risada sarcástica. E aquele local hostil , que me fez sofrer horrores, foi completamente destruído pelo fogo. Pena que nao consegui escapar de lá.

A chuva gélida

    Esta chuva melancólica que durante o dia me privou de meus prazeres supérfluo, e durante a noite me distanciou de sua epiderme macia e arrepiada.
    Estas gotas frias combinam com o gelo de uma saudade onde não há distancia.
    Somos seres tão contraditórios, que ate mesmo nossos desejos podem nos trazer uma dor incomparável.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Arrependimentos de um covarde

        Fico horas observando o movimento na praça da janela do quarto andar, fingindo que de alguma forma isso me distrai; fingindo que ver velhos viventes perdendo seu inútil tempo com jogos de cartas me faz esquecer minhas angustias.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Mais Hostil

   O Profano, senhor do áspero inferno, devore todos nós, seus sonhos serão realizados, ouça nosso apelo desesperado.
   Você sabe que o nevoeiro esta aqui, onipresente; para todo sempre. Você sabe que seu filho esta por perto, onipresente; quando a juventude e a Inocência desaparecem; perdidas para todo sempre em um labirinto sem paredes envolto por uma nevoa secular.
   Ele é aquele lascivo; ele é o filho do que esta abaixo; prole da besta da aflição; e eu o sirvo, pois tu és lascivo; tu és dessacralizador; tu és o filho do aliciador; tu és o imperador do subterrâneo que tudo vê.
   A lua esta cheia, e brilha uma maligna luz ofuscante, mas desdo amanhecer dos tempos o destino do homem é o mesmo dos piolhos, irão acabar como parasitas, pois ele virá para tremer as nações, reinos irão cair um a um, vitimas caem por tentação, a antiga serpente enganadora, ele ira ascender aos céus acima das estrelas de Deus.
   Ate o Nazareno se sucumbiu e provou dele com a doce mordida, eles partilham do mesmo corpo e sangue, então todos o serviremos; receba e consuma.
   Discípulos da vigilância, esperem ao seu comando, deixe ir a ele as crianças que o concederá a soberania, deixe que ele alimente suas mentes.
   Seus olhos são flamejantes, seus olhos contem a luz ardente, seus olhos são fonte de sabedoria, seus olhos tem profundidade sem fim, seus olhos são cativantes, como o redemoinho.
   Aqui estamos senhor do silencio, para purificar seu rebanho ao som do fim do dia. Ao som do relógio ostensório vamos juntos como um só, juntos por seu filho.
   Aqui nos oferecemos ao seu exercito, pois esta noite é a noite das bruxas, é a noite das bruxas, esta noite!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

In This Sequence Of Dreams - Parte 2

 Já são vinte segundos de reprodução do áudio e ele não ouviu nada, ao menos nada que fosse perceptível aos ouvidos humanos.
Por volta dos quarenta e cinco segundo sua angustia é brevemente aliviada, pode se ouvir algo, mas ele não é capaz de distinguir o som. É estranho, ele sabe que esta ouvindo algo, com certeza não esta em pleno silencio e é pouco provável que o que quer que seja que chega aos seus ouvidos, com certeza não tem outra origem a não ser os fones. Realmente algo difícil a ser explicado, o som parecia estar longe, não havia chiados, era como se ouvisse algo que nunca tivesse soado a ouvidos humanos, mas ao mesmo tempo trazia uma grande sensação de conforto e familiaridade.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mesmo Que o Mundo Acabe - Parte 1

           Lá estava ele, sentado a poucas mesas de distância, mas ainda assim infinitamente distante. Conversava descontraído com os amigos, exibindo seu sorriso rotineiro suave e cativante. A luz da tarde entrava pelas grandes janelas da sala de aula, acompanhada pelo vento que sacudia despretensiosamente as cortinas, banhando a pele negra do rapaz e conferindo-lhe uma aura peculiar. Seus olhos de tom castanho muito claro pareciam acesos a cada vez que se virava para conversar com os amigos. Era uma visão tão magnética que sentia que poderia ficar ali, congelada contemplando aquele momento por toda a eternidade.
            - Ei Naty...
        Notou alguém se movendo ao seu lado esquerdo, mas estava tão desinteressada no que acontecia ao seu redor que permaneceu estática com o queixo apoiado sobre o punho, observando fixamente o jovem negro sentado mais adiante.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

In This Sequence Of Dreams


  Já fazia algum tempo que estava atrás daquilo, sete meses talvez. A essa altura já poderia contratar qualquer assassino de aluguel disponível na deep web, ou participar de qualquer sacrifício humano em nome de satã, ou ate mesmo se voluntariar para alguns experimentos não legalizados que ocorrem as margens dos sensos de ética. Quem sabe ser a primeira célula de uma grande centopeia humana.