terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Entre sombras

Durante as tenebrosas horas da madrugada em Stolevinsk, os sons acometiam a população a um pequeno e insignificante surto psicológico. A não ser apenas por um detalhe - a encenação.
Enquanto a negritude dava espaço ao amarelo envergonhado da manhã, carros cobriam as avenidas daquela, nada pacata, cidade. Todas as criaturas que davam movimento as máquinas se escondiam, com muito medo, corriam de algo que nem elas mesmas saberiam explicar.
Outras, que nao tinham a menor certeza do que a vida poderia ser, se escondiam de outra maneira,   por um motivo apenas - o terror da sociedade.
Buscando um sentido pra todas as sombras utilizadas ultimamente, nunca encontraríamos uma razão pela qual acreditar que é melhor o sol.
Se esconder por sobre um manto protetor é reconfortante pelo simples motivo de esconder nossos sentimentos. E a teia só aumenta.
A dor, o perdão, a felicidade, o escuro mostra mais que a iluminação porque na verdade nada é o que aparenta ser, entao talvez, só talvez, fugir da multidão seja o mais são a ser fazer.
E lá vinha a lua, toda elegante, mostrando que era hora dos sons, porque em meio ao dia cheio de luz e coisas para ver esquecemos de ouvir.
E então fugimos da realidade, da desolação por que isso não nos importa. Algumas pessoas realmente não sabem viver. E fingimos um sorriso, para mostrar que está tudo bem, mas durante à noite nada importa, porque ninguém verá suas lágrimas ou seu sorriso alegre e essa é a melhor parte. Esconder para si. Porque ninguém se importa com você. É apenas ilusão, encenação. Aprendemos a ser quem nao somos e isso não pode ser classificado como bom. Ou pode?
As sombras. Se mexiam dando um movimento incrível a imaginação humana, que se deleitava com tanto ardor que a pena ia embora.
Enquanto a noite dava uma aula sinistra sobre a vida, muitas vidas não a sabiam escutar e eram levadas pelo vento, tão graciosamente que ninguém perceberia. Ainda.

0 comentários:

Postar um comentário